domingo, 12 de abril de 2015

A roda está girando....

Os segmentos conservadores da sociedade comandam atualmente a agenda nacional e explodem em discursos genéricos e inflamados contra a corrupção, o impeachment e a volta da ditadura militar no Brasil. Tais "bandeiras", porém, evidenciam que os setores envolvidos nessas mobilizações encontram-se também divididos internamente. Por outro lado, não podemos generalizar essas manifestações a ponto de caracterizar todas as pessoas envolvidas como fascistas. Isto porque há um expressivo contingente da população realmente frustrado com os rumos do país, inclusive parcela beneficiadas pelas políticas governamentais, mas que por diferentes motivos aderiram facilmente às estratégias golpistas das corporações midiáticas, de alguns partidos políticos - o DEM, o PSDB e o PPS, em particular -, do setor financeiro, parte do agronegócio e do judiciário etc.

Um fato positivo nesse processo todo tem sido a retomada do diálogo entre movimentos sociais, ongs e partidos políticos que se colocam contrários a qualquer retrocesso democrático em nosso país. Evidentemente, esses segmentos também apresentam divergências internas significativas. Contudo, é interessante perceber as variadas iniciativas em andamento que colocam lado a lado a diversidade das forças de resistência. Algo que não ocorria há muito tempo, ao menos na dimensão com que acontece hoje. Vide a mobilização da intelectualidade no debate sobre um novo projeto nacional, ou o conjunto de forças políticas que apoiam as lutas de povos indígenas e comunidades tradicionais em defesa de seus territórios. Quais os desdobramentos futuros dessas articulações? Irão resultar na constituição de novas frentes de luta? Estamos iniciando um novo processo de mobilização das forças populares de esquerda? Plataformas conjuntas de luta irão se consolidar? Ainda é cedo para responder afirmativamente. Mas a roda voltou a girar com mais força.

E nós amazônidas? Como nos colocamos nesse processo?

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