Em dezembro do ano passado todos e todas nós paraenses participamos do plebiscito sobre o desmembramento ou não do Pará, a fim de que fossem criados os estados do Carajás e do Tapajós. A maioria dos(as) votantes não concordou com a divisão. Os problemas terminaram? Não, evidentemente.
Promessas nunca cumpridas... |
Os prometidos investimentos alardeados pelo governo estadual com toda pompa e circunstância mostraram-se ser tão somente mais uma peça de marketing, bem ao gosto do Ney Messias, Secretário de Comunicação da gestão tucana. Aliás, essa tem sido uma das principais características da atual administração: muita propaganda, pouca ou nenhuma ação.
O interior do estado continua completamente desassistido. Jatene abandonou a experiência de planejamento regionalizado que contava com a afetiva participação da população e das instituições/entidades locais. Um retrocesso.
Dias atrás o governador apareceu na mídia para dizer que vai solicitar empréstimo bilionário para executar uma certa quantidade de projetos. Chama atenção a concentração dos investimentos, se houver, na Região Metropolitana de Belém, aprofundando ainda mais o fosso que separa a capital do restante do estado. É por essa e outras que Jatene não consegue circular mais pelo Pará, tamanha a rejeição que pesa sobre ele. É governador de uma parcela do território, um refém da sua própria incapacidade de aprender com os erros.
Se fosse um pouco mais humilde entenderia o recado que o Oeste, o Sul e o Sudeste do Pará deram a ele e aos seus apoiadores. A população do interior quer a melhor distribuição da riqueza produzida, quer ter acesso a serviços públicos de qualidade, quer participar das decisões que lhes afetam a vida.
Índios incendeiam a delegacia de Jacareacanga |
O plebiscito evidenciou a urgência de uma reforma profunda na gestão do estado, na forma de elaborar o planejamento e na forma de decidir. Um reforma de caráter democrático que possibilitasse a descentralização administrativa e a melhor distribuição dos recursos públicos. Jatene, parece até piada, faz justamente o contrário: centraliza ainda mais as decisões, concentra os recursos numa parcela do Pará, governa através dos meios de comunicação.
Entretanto, é forçoso reconhecer que Jatene tem se mostrado muito competente em outra arena: a de garantir a subserviência dos outros poderes seja o legislativo, ou o judiciário. Para quem quer ter informações de qualidade sobre o processo de cooptação tucana de juízes, desembargadores, deputados e outras "autoridades" acessem o blog A Perereca da Vizinha. Lá vocês terão a exata dimensão do poderoso esquema montado pela administração estadual para evitar qualquer tipo de "constrangimento" aos tucanos e aderentes. Fatos que deixariam a ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, de cabelo em pé, pois os abusos são tantos e executados sem qualquer desfaçatez.
Em síntese, governo Jatene: virtual para a população, muito concreto para os amigos...
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