sábado, 10 de maio de 2014

Quem nos protegerá dos nossos protetores?

A frase acima aparece na fala de uma personagem do livro de Dan Brown intitulado Fortaleza Digital. Um pouco antes de morrer tal personagem lança esse petardo contra o seu algoz.Tudo porquê este justifica seus atos criminosos afirmando que os mesmos foram executados para proteger o povo. A lembrança me veio à mente ao ler diversas matérias publicadas pela mídia corporativa do nosso país sobre o processo eleitoral deste ano, bem como sobre a situação dos presos do denominado "mensalão". Qual o motivo dessa lembrança?

As famílias que controlam os principais grupos de comunicação do Brasil vêm sistematicamente atuando à margem da lei para fazer valer os seus próprios interesses e de poderosos grupos empresariais do Brasil e do exterior que querem levar o PSDB e seus aliados novamente ao comando do governo federal, particularmente o setor financeiro. Os sistemáticos ataques a fim de não permitir que José Dirceu cumpra o regime semi-aberto é um desses atos criminosos. Câmeras escondidas, pressões sobre o Supremo Tribunal Federal, que candidamente se submete, notícias falsas, perseguições, acusações infundadas, denúncias sem qualquer prova - lembram da suposta escuta telefônica no gabinete do ministro Gilmar Mendes que, aliás, nunca foi encontrado -, sonegação do direito de resposta etc., ocorrem todos os dias em todos os (tele)jornais, revistas, sites e outros meios.

Essa imprensa se coloca como a porta-voz de uma nunca bem definida "opinião pública". Dessa forma, se apresenta como a mais fiel defensora das liberdades democráticas e do Estado de Direito, mesmo violentando-os cotidianamente. Essa mesma imprensa que censura os segmentos sociais  que se colocam contra o capitalismo e suas mazelas, que chantageia para auferir vantagens econômicas, que promove violenta perseguição contra lideranças populares e suas organizações, criminalizando-as, ela mesmo se auto-proclama porta-voz da "opinião pública" e defensora da sociedade. Qualquer semelhança com os discursos proferidos durante a ditadura militar não é mera coincidência. Diante disso, a pergunta se impõe: Quem nos protegerá desses nossos protetores?

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